domingo, 23 de setembro de 2012

PÉ DE PILÃO - MÁRIO QUINTANA

“PÉ DE PILÃO
CARNE SECA COM FEIJÃO.
ARREDA, CAMUNDONGO,
PRA PASSAR O BATALHÃO!”

Como na quadrinha popular de onde Mário Quintana tirou o nome deste livro, os versos de Pé de Pilão são engraçados e cheios de ritmo. As rimas soam como música gostosa, enquanto a história vai se desenrolando e envolvendo a gente.
Isso sem falar nos desenhos de Cárcamo, que dão ainda mais vida aos personagens. Assim, sem perceber bem como, a gente chega ao final do livro, sempre querendo mais e mais. Experimente só para você ver! (Texto retirado da contracapa do livro).

Leia abaixo o que Érico Veríssimo, grande escritor gaúcho e também amigo pessoas de Mário Quintana, escreveu sobre o livro Pé de Pilão e o seu autor:

MÁRIO QUINTANA, PÉ DE PILÃO... E EU

Meus amigos, na minha opinião Mário Quintana é hoje em dia um dos cinco maiores poetas de todo o Brasil. Pé de Pilão é um livro que ele escreveu para crianças de várias idades, mas que também pode – e deve! - ser lido por gente grande. Mas... como é que eu entro nessa história toda? Ora, eu não entro. Fico cá do lado de fora da casa do livro, gritando para todos os ouvidos e a todos os ventos que o livro é bonito, divertido, faz a gente rir e querer saber “quem é que vem depois...” (…)
Conheço Mário Quintana faz uns bons quarenta anos. É o sujeito mais “diferente” que tenho encontrado na vida. Antes de tudo é um poeta, e ser poeta não é apenas fazer versos, prosa com rima (carvão-coração... carinho-passarinho... etc.). Ser poeta é saber ver o mundo como o vêem os anjos, as fadas, e ao mesmo tempo possuir o dom de comunicar a quem o lê o que ele vê e sente; em resumo, é ter olhos para revelar a face secreta das pessoas e das coisas. Mário Quintana é um homem que caminha sozinho, como aquele gato do conto inglês. Bom, vou revelar a vocês um segredo. Descobri outro dia que o Quintana é um anjo disfarçado de homem. Às vezes, quando ele se descuida ao vestir o casaco, suas asas ficam de fora.
(Ah! Como anjo seu nome não é Mário e sim Malaquias.)
Quintana é também um mágico, só que suas mágicas são feitas com palavras. Agora, amigos, prestem atenção. Pé de Pilão foi feito todo em versos, isto é, com frases que têm compasso de música, e com rimas. Quem já souber ler, que leia este conto em voz alta e clara. Se não souber, peça a outra pessoa – mãe, pai, irmão ou irmã mais velha, babá, alguma titia... - que se encarregue disso. E se durante a leitura por acaso aparecer na história alguma palavra que vocês nunca tenham visto antes, perguntem a quem sabe o que ela significa. É assim que a gente aprende sua própria língua... e a dos estrangeiros.
Pois é. Deixo com vocês o caso do Pé de Pilão, que se vai transformando, de verso em verso, no caso de outros personagens, bem como um rio que vai correndo para o mar e encontrando no caminho pessoas, animais e coisas que o leitor não esperava. Leiam esta história – ou escutem sua leitura – mais de uma vez. E se alguém um dia perguntar quem é Mário Quintana, podem responder sem medo de errar que ele é um dos melhores poetas do nosso Brasil. É isto o que pensa quem gosta dele como de um irmão, um tal de
Érico Veríssimo
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Érico Veríssimo: 1905-1975.
Mário Quintana: 1906-1994.

Referência:

QUINTANA, Mário. Pé de Pilão. 8.ed. São Paulo-SP: Editora Ática, 2003.

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